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Varsóvia- Winter WonderLand

  • Foto do escritor: JB Travel
    JB Travel
  • 21 de dez. de 2024
  • 9 min de leitura
Neve, frio, um jardim zoológico coberto de neve, bebidas quentes todo o dia, mercados de Natal, as árvores de Natal que nunca acenderam as luzes e uma cidade cheia de história, assim resumia essa viagem mágica a Varsóvia.

Depois de meses de espera pela nossa viagem de "Natal", com previsões de neve e entusiasmo crescente, finalmente chegou o dia. Aterrámos em Varsóvia já tarde, mas mal pusemos os pés fora do avião, vimos pedacinhos de neve nas escadas.



A nossa primeira experiência com neve tinha sido na Serra da Estrela, onde mal a vimos cair. Esta seria a nossa primeira vez numa cidade coberta de neve, com previsão de queda.

Apanhámos um Uber para o alojamento. O sistema de Uber em Varsóvia é diferente do de Portugal. Ao pedir um Uber, é gerado um código e podemos entrar em qualquer carro da fila. Os motoristas vão chegando, recebem o código e têm toda a informação. Achámos o sistema muito organizado.



Chegámos ao alojamento com self check-in. Abrimos o portão da frente com o código fornecido e retirámos um molho de chaves. Havia vários blocos de apartamentos e, segundo as indicações, pensávamos estar no correto, mas não era o caso. Tivemos dificuldades em entrar — eram tantas chaves e códigos que acho que até toquei por engano na campainha de alguém às 2h da manhã.



Quando finalmente percebemos que havia mais apartamentos numa entrada mais abaixo, descobrimos o nosso. Entrámos, tomámos um banho quente e fomos dormir — pelo menos alguns de nós. Eu estava tão empolgada que não conseguia adormecer; o sono desapareceu e não deixava o João descansar. Eventualmente, lá consegui.



No dia seguinte, acordámos cedo. Era sábado, estavam -5 graus na rua, o céu estava cinzento e as ruas ainda desertas.



Fomos tomar o pequeno-almoço ao McDonald's, que era mesmo perto do alojamento e quase a única coisa aberta.

No caminho para o McDonald's, ficámos encantados com as decorações de Natal e descobrimos um mercado natalício mesmo perto de casa, que nem sabíamos existir.

No McDonald's, desfrutámos de um ótimo pequeno-almoço. Tinham muitas opções de comida e uma variedade de chás deliciosos.



A nossa primeira paragem foi o jardim zoológico, que tem uma história fascinante e comovente. Fundado em 1928, desempenhou um papel heroico durante a Segunda Guerra Mundial. Os seus diretores, Jan e Antonina Żabiński, arriscaram as suas vidas para salvar cerca de 300 judeus do gueto de Varsóvia, escondendo-os nas instalações do zoo.

Após a guerra, o zoo foi reconstruído e expandido. Hoje, é um dos maiores jardins zoológicos da Europa, abrigando mais de 4.000 animais de cerca de 500 espécies diferentes. Além de ser uma atração turística, é também um importante centro de conservação e educação ambiental.


Após uma longa caminhada, finalmente chegámos à entrada do zoo. Por momentos, pensámos que estivesse fechado porque fomos para uma entrada errada, mas felizmente não desistimos e acabámos por encontrar a entrada correta.


Estava um frio intenso! Começámos por ver os ursos polares, que estavam mesmo à entrada. Vimos esquilos vermelhos, pinguins, lamas, rinocerontes, elefantes, leopardos, leões, lontras e muito mais. As lontras eram particularmente adoráveis! Andámos bastante, mas o frio era tanto que tivemos de ir buscar bebidas quentes. Fomos bebê-las para a zona dos hipopótamos, que estavam numa área fechada. Lá dentro havia uma máquina com bebidas quentes.



Após várias horas no zoo, notámos que muitos animais estavam abrigados devido às baixas temperaturas. Por exemplo, os cangurus estavam em casotas fechadas — vimo-los apenas ao longe. Era incrível ver como os elefantes conseguiam estar no exterior! O jardim zoológico é realmente bonito, com uma enorme variedade de espécies. Vale mesmo a pena a visita, mesmo para ver poucos animais. O zoo coberto de neve, com a sua história incrível, proporcionou-nos uma experiência única e inesquecível.


De seguida, caminhámos por um parque até chegar a um centro comercial (Galeria Wileńska). Como o nosso alojamento não tinha cozinha, fomos comprar chá, bolachas e snacks rápidos para comermos lá, caso tivéssemos fome. Com o frio que estava, o chá era essencial. Ficámos surpreendidos com os preços incrivelmente baixos no supermercado. Já que estávamos no centro comercial, aproveitámos para almoçar lá.



Sabendo que as coisas na Polónia eram muito baratas, tínhamos vindo apenas com mochilas e pagámos por uma mala de mão para o regresso. Assim, comprámos uma mala de mão lá e enchemo-la com coisas para levar para casa.

Com a mala cheia, voltámos ao alojamento para deixar as compras. Aproveitámos para fazer um chá quentinho e descansar um pouco.


Antes que anoitecesse às 15h30, aproveitámos para dar umas voltas perto do alojamento , ir ao mercado de natal ali perto.



Andamos por caminhos desconhecidos e acabámos por descobrir o Barbakan.

O Barbakan é uma estrutura histórica fascinante que remonta ao século XVI. Construído entre 1540 e 1544, fazia parte das fortificações medievais que cercavam a Cidade Velha de Varsóvia.


Originalmente, o Barbakan era uma fortaleza semicircular que servia como uma porta fortificada, protegendo a entrada norte da cidade.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Barbakan foi severamente danificado, assim como grande parte de Varsóvia. No entanto, foi meticulosamente reconstruído na década de 1950 como parte dos esforços para restaurar o património histórico da cidade.


Hoje, o Barbakan é uma atração turística popular, oferecendo uma visão única da arquitetura defensiva medieval. Serve também como um ponto de conexão entre a Cidade Velha e a Cidade Nova de Varsóvia, simbolizando a rica história e a resiliência da capital polaca.



Finalmente chegámos à Cidade Velha, o coração histórico da capital polaca e um dos locais mais encantadores da cidade. Esta área, que remonta ao século XIII, é famosa pela sua arquitetura colorida e pitoresca, ruas de paralelepípedos e praças encantadoras.


É importante notar que grande parte da Cidade Velha foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial e meticulosamente reconstruída nas décadas seguintes. Esta reconstrução foi tão bem feita que a Cidade Velha de Varsóvia foi incluída na lista de Património Mundial da UNESCO em 1980.


Durante o inverno, a Cidade Velha ganha um charme especial com as suas decorações natalícias e mercados de Natal, criando uma atmosfera verdadeiramente mágica.



Não demorou muito para anoitecer, ainda que fosse cedo. Começámos a percorrer as ruas lindamente iluminadas, fomos ao Starbucks beber algo quente e voltámos aos mercados de Natal na Cidade Velha e perto do palácio.



Curiosamente, nenhuma árvore de Natal tinha as luzes acesas. Jantámos no Bar Mleczny, uma espécie de cantina onde se comia muito bem e tinha uns crepes divinais. Selecionávamos na máquina o que queríamos e depois íamos buscar ao balcão. Acabámos com tanta comida na mesa que ficámos surpreendidos.


Depois de jantar, voltámos aos mercados junto das árvores de Natal, que continuavam sem iluminação. Passámos algum tempo na Cidade Velha, onde provámos a famosa vodka polaca de avelã. Com aquelas temperaturas negativas, nunca nos soube tão bem. Demos mais umas voltas, bebemos vinho quente e acabámos por ir para casa. Já estava escuro há tanto tempo que parecia ser muito tarde, mas ainda eram apenas 21h.


Chegámos ao alojamento, tomámos banho e fomos para a cama ver um filme. Adormecemos rapidamente, exaustos do dia cheio.


No dia seguinte, tomámos o pequeno-almoço em casa com o que tínhamos comprado no dia anterior numa Biedronka (equivalente ao Pingo Doce) quando fomos ao Starbucks.


Arrumámos tudo e fomos a uma estação de comboios guardar as nossas coisas num cacifo, pois à noite íamos para o aeroporto. Quando saímos de casa, começavam a cair uns flocos de neve. Apanhámos o autocarro e fomos até à estação, que era enorme. Deixámos as nossas coisas e, como estava um frio de rachar, fomos ao McDonald's dentro da estação para um segundo pequeno-almoço antes de seguirmos para o gueto.


No caminho, ficámos maravilhados com os hotéis decorados para o Natal. Era tão lindo que reforçou o nosso amor por esta época mágica. Os arranha-céus eram tão altos que nos doía o pescoço de olhar para cima.



Chegámos ao gueto e ficámos sem palavras.

O gueto de Varsóvia foi um dos maiores e mais notórios guetos estabelecidos pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Criado em 1940, o gueto ocupava uma área de cerca de 3,4 km² no centro de Varsóvia e foi cercado por muros de 3 metros de altura, isolando completamente a população judaica do resto da cidade.


No auge da sua existência, o gueto abrigava cerca de 460.000 judeus em condições extremamente precárias. A superlotação, a fome e as doenças eram constantes, resultando numa alta taxa de mortalidade. Apesar das condições desumanas, os habitantes do gueto mantiveram uma vida cultural e educacional clandestina, resistindo à opressão nazi.


Em 1943, ocorreu o famoso Levantamento do Gueto de Varsóvia, quando os habitantes judeus se rebelaram contra as deportações em massa para campos de extermínio. Embora tenha sido brutalmente reprimido pelos nazis, o levantamento tornou-se um símbolo de resistência e coragem.


Hoje, o local onde ficava o gueto é marcado por memoriais e monumentos que lembram essa trágica parte da história. Visitar essa área é uma experiência profundamente comovente e um importante lembrete dos horrores do Holocausto e da resiliência humana diante da adversidade extrema.



Continuámos o nosso caminho, após um momento intenso carregado de emoções. Acabámos por encontrar um mini centro comercial perto de uma estação de elétrico. Entrámos, sem saber o nome, mas notámos que tinha muitas atividades de Natal no interior.

Depois, apanhámos o elétrico. Os bancos estavam tão frios que quase congelámos ao sentar.


Chegámos ao Palácio da Cultura e Ciência, que fica perto do Wars Sawa Junior (Centro Comercial).


Passeámos por aquelas ruas, encontrámos mais alguns mercadinhos de Natal e até assistimos a um desfile. Com o frio intenso e o cansaço de estar todo o dia em pé, decidimos almoçar num KFC para aproveitar o calor do interior. Quando acabámos, fomos correndo de loja em loja, não só para fazer compras, mas também para nos aquecer do frio que fazia lá fora.


Um facto interessante que notámos foi que a maioria das lojas tinha taças de água para os animais beberem, caso quisessem entrar.

Já que estávamos ali, decidimos pagar para subir o Palácio da Cultura e Ciência, e não nos arrependemos nada.


O Palácio da Cultura e Ciência em Varsóvia é um dos edifícios mais emblemáticos e controversos da cidade. Construído entre 1952 e 1955, durante o período do domínio soviético na Polónia, este imponente arranha-céu de 237 metros de altura é o edifício mais alto da Polónia.


Tem um miradouro no 30º andar que oferece uma vista panorâmica espetacular de Varsóvia, permitindo apreciar a cidade de uma perspetiva única.

Apesar da sua história controversa como símbolo do dominio soviético, o Palácio da Cultura e Ciência tornou-se uma parte inegável da paisagem urbana de Varsóvia e um ponto turístico popular.



Depois de visitar o Palácio da Cultura, eram 16h e já era noite. Sem muito para fazer, andámos pela cidade até decidirmos ir a um museu da vodka. Apanhámos o metro e caminhámos até lá, mas era tão pequeno que não se justificou pagar para visitar. Como estávamos perto da Cidade Velha, voltámos ao Mleczny para comer crepes e beber um chá quentinho.


Regressámos aos mercados do Palácio Real e da Cidade Velha, sempre na esperança de que as luzes das árvores estivessem acesas, mas, para nossa tristeza, fomos embora sem as ver iluminadas.


Aproveitámos para comprar souvenirs e beber mais vodka polaca — desta vez experimentei de cereja e o João repetiu a de avelã. Sinceramente, entre uma e outra, não sei qual gostei mais; eram ambas tão boas! Dividimos mais um copo de vinho quente e passeámos pelas ruas. Tirámos uma foto tipo jornal em que dávamos o valor que quiséssemos. Ficaram muito bonitas e deram uma ótima recordação da cidade.



Entretanto, fomos para a estação buscar as nossas mochilas e começámos a brincar com um bocadinho de neve que havia no chão. Para minha maior tristeza, o fim de semana prometia queda de neve, e só caíram uns floquinhos no domingo de manhã.




Dentro da estação há muitas lojas, inclusive uma Biedronka, onde aproveitámos para comprar chocolates para todos e comida para a noite e para grande parte do dia seguinte, pois íamos para Amesterdão.


Fomos buscar as mochilas e saímos apressados porque o autocarro para o aeroporto estava quase a chegar à paragem. Imaginem só, ao chegar à rua, começou a cair neve! A felicidade via-se estampada na minha cara. Queria ficar ali a ver nevar, mas depois teríamos de esperar mais uma hora pelo próximo autocarro.


Com o passar do tempo no autocarro, caía cada vez mais neve.

Chegámos ao aeroporto e fiquei cá fora a sentir a neve a cair. Senti-me realizada nequele momento, tanto que esperei que aconteceu.



Íamos passar a noite no aeroporto porque tínhamos voo muito cedo no dia seguinte. Conseguimos passar a zona da segurança, já tínhamos feito o check-in e só tínhamos bagagem de mão. O aeroporto já estava vazio e silencioso do outro lado; eram 21h.


Pelo que tínhamos pesquisado, naquele aeroporto era possível tomar banho sem ser em lounges — tinham mesmo duches. Então, fomos preparados para tomar banho no aeroporto. E foi surpreendente: era um WC equipado com duche, com água quente, surpreendentemente limpo. Para um aeroporto, era incrível. E não se pagava.



Pousámos as nossas coisas em frente a uma janela para vermos os aviões. Tomámos banho de água bem quentinha, que soube pela vida, e ficámos ali os dois, a olhar pela janela a neve a cair e a ouvir "Snowman" de Sia. Foi uma noite tão marcante e especial.


O aeroporto tinha máquinas de água que permitiam tirar água quente e, como tínhamos tanto chá, ficámos a beber chá e a desfrutar de uma bela vista: aviões a chegarem, carros a limpar a neve, muita neve a cair e o silêncio de um aeroporto vazio, com luzes baixas.



Acabámos por dormir um bocadinho deitados no chão, que era alcatifado e confortável.

Sinceramente, já passámos várias noites em aeroportos que não gostaríamos de repetir, mas esta noite eu reviveria quantas vezes fossem necessárias. Sentimos que aquele aeroporto oferecia o mínimo de conforto para se passar a noite, desde o chão alcatifado até à máquina de água e aos duches quentes e gratuitos.



Foi uma viagem verdadeiramente especial — a nossa primeira pelos mercados de Natal da Europa e a primeira vez que vimos neve a cair juntos. Uma experiência repleta de emoções numa cidade cheia de história que devemos sempre recordar.

Acima de tudo, Varsóvia é uma cidade renascida e deslumbrante, com encantadores mercados de natal

Vale a pena visitar? Sem dúvida alguma: vale muito a pena! Foi melhor do que estávamos à espera.


2 de Dezembro, 2023

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